Benefícios do Goji Berry vão além da perda de peso

Definição: Goji Berry (Lycium barbarum) é uma planta da família Solanacea típica do noroeste da China e regiões do Himalaia, posicionada há milênios no topo da tabela das 8000 ervas e alimentos curativos chineses. Textos médicos da China antiga enaltecem suas amplas vantagens para a saúde, citando desde a renovação da vitalidade até o fortalecimento e restauração de órgãos importantes, especialmente olhos, fígado e rins.

Método de ação
Essas frutinhas vermelhas apresenta um complexo de betaglucanas, polissacarídeos conhecidos por modificar a resposta imunológica contra processos infecciosos e doenças.
A Goji Berry ainda possui uma grande atividade antioxidante, em um estudo, ratos injetados com estreptozotocina – substância tóxica para as células betas do pâncreas, que prejudica o sistema de defesa antioxidante e aumenta o estresse oxidativo devido à hiperglicemia induzida – tiveram seus índices oxidativos do sangue, fígado e rins restaurados próximos aos níveis normais quando tratados com os polissacarídeos do Goji Berry pela via oral.
Alguns estudos também apontam que os polissacarídeos do Goji Berry são capazes de inibir o desenvolvimento do câncer hepático, aumentar o cálcio intracelular, fazer parte do tratamento da infertilidade masculina por proteger o tecido testicular e um efeito potencial protetor da pele.

Emagrece?
Devido ao alto interesse e procura do público sobre estratégias milagrosas para emagrecer, a mídia sempre divulga novidades sobre componentes com o forte apelo emagrecedor, de forma que a cada momento utilizam um como destaque, e agora, o grande momento é da Goji Berry!
É importante frisar que apesar de seus inúmeros benefícios a saúde e baixo índice glicêmico, não existem componentes que cumpram sozinhos com a tarefa de perda de gordura corporal.
Contudo no caso da Goji Berry não será diferente, nem ela, ou a linhaça, o chá verde, a chia, o óleo de cártamo ou de côco serão capazes de efetuar a perda de 2, 3 ou 8 quilos na semana, como muitas vezes a mídia divulga.
Esses componentes podem fazer parte de um trabalho de emagrecimento e trazer benefícios a saúde, mas tudo dependerá da alimentação, estilo de vida e quadro clínico do indivíduo.

Indicações de uso
As aplicações do Goji Berry são extensas em virtude do seu incomparável potencial antioxidante e do seu efeito imunoestimulante adicional.
Numerosos estudos sugerem o Goji Berry como adjuvante nos tratamentos: do câncer, das doenças do fígado, dos testículos e no processo anti-aging.
A dose diária recomendada pode variar de 400 a 600 mg de polissacarídeos do Goji Berry, que podem ser distribuídos em duas a três tomadas ao longo do dia, com ou sem alimentos. De forma que é sempre importante a orientação de um profissional, nutricionista ou médico, para seu uso.

Contra-indicação
É contra-indicado o uso do extrato do Goji Berry para crianças, mulheres grávidas e lactantes pela ausência de estudos de segurança nesses indivíduos.

O Gojiberry tem interação medicamentosa com a Warfarina, a razão normalizada internacional (RNI) para a warfarina pode aumentar quando associada ao Gojiberry.

Desintoxicação ou Destoxificação
Destoxficação: qualquer processo biológico que busque a redução dos impactos negativos de xenobióticos ao metabolismo corporal.
XENOBIÓTICOS: toda substância química ou molécula estranha ao sistema biológico, originada externamente ou internamente a ele.

Onde ocorre?
• Todas as células de todos os tecidos!
• Principais: pulmões, epitélio nasal, rins, trato digestivo, fígado, cérebro, células imunológicas, adrenais, pele e placenta;
• Intestino 20%
• Fígado 60-65%

Hoje a alimentação habitual é de grande consumo de alimentos industrializados, alimentos alergênicos, carboidratos simples, gorduras saturadas, gorduras trans, corantes, conservantes e agrotóxicos, de forma que se torna cada vez menor o consumo de frutas, legumes e verduras estimulando a carência cada vez maior de micronutrientes e fitoquímicos fundamentais a saúde. Este hábito gera um estresse oxidativo que influencia marcadores bioquímicos inflamatórios, TNF-alfa, e Interleucina-6, os quais alteram a funcionalidade das células de estoque de gordura do tecido adiposo, predispondo obesidade, síndrome metabólica, entre outras doenças inflamatórias.

É um trabalho que reduz as toxinas em todos os órgãos de nosso corpo, com destaque para o fígado, rins, pele, intestino, estômago, cérebro e pulmões, influenciando no processo de perda de gordura corporal e prevenção de doenças.

O intestino já é considerado por alguns autores o segundo cérebro do corpo humano, pois além de seu trabalho de absorção de nutrientes e eliminação das fezes, tem aproximadamente 100mil neurônios, produz hormônios e células de defesa. Existem alimentos que protegem a parede intestinal da ação bactérias nocivas e toxinas, como os legumes, vegetais e frutas, e aqueles que alteram a microbiota intestinal, favorecendo o desenvolvimento das bactérias ruins, como as gorduras saturadas, trans e alimentos refinados, provocando um desequilíbrio na flora intestinal, a desbiose.

É rica a diversidade de antioxidantes na natureza: lignanas (linhaça); fisetina (morango); sesaminol (gergelim); extrato de maçã; resveratrol (uva, vinho tinto); curcumina (açafrão da terra); polifenóis da semente de uva ou do cacau, quercetina (brócolis e chás), beta-glucanas (aveia), antocianinas, cogumelo, gengibre, licopeno (tomate), ,catequinas (chá verde), luteína e zeaxantina (cenoura, espinafre, mamão), entre outros. Contudo alimentos vegetais em geral são ricos em fitoquímicos e nutrientes que pela potente ação antioxidante inativam o NF kappa beta, um dos principais estimuladores do desenvolvimento, e do COX-2 índice inflamatório estimulante do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

Ômega-3 é um dos mais potentes antioxidantes: reduz os níveis séricos de triglicérides, efeitos diretos na contratilidade cardíaca, efeitos na pressão arterial, na função plaquetária, agem sobre os efeitos coagulantes, sobre as células de imunidade e nos indicadores de inflamação.

Os principais efeitos do ômega-3 na proteção da saúde cardiovascular são: competir com o ácido araquidônico na formação de eicosanóides, produzir uma inibição da agregação plaquetária (efeito antitrombótico) e estimulação da vasodilatação; produzir efeito anti-inflamatório e reduzir a quimiotaxia dos leucócitos. Tanto o EPA quanto o DHA, ácidos graxos de cadeia longa provindos do ômega-3, são potentes agentes anti-inflamatórios, podendo ser empregados com sucesso no tratamento de doenças inflamatórias auto-imunes, como psoríase e artrite inflamatória. O ácido araquidônico e o ácido EPA, derivados das famílias ômega-6 e 3, respectivamente, são moduladores químicos em diversos processos biológicos.

Os eicosanóides derivados da família ômega- 3 (EPA e DHA) competem com o ácido araquidônico pelo COX (ciclooxigenases, enzimas capazes de levar a formação de PG (prostaglandinas) e TX (tromboxanos) quando estimuladas pelo metabolismo do ácido araquidônico, suprimindo a formação dos mediadores pró-inflamatórios LX (leucoterinos) e TX e favorecendo a produção das séries com menor potencial inflamatório. A variedade de efeitos dos eicosanóides ômega-3 e 6, tem levantado investigações sobre os efeitos benéficos de alimentos ricos nestes ácidos no tratamento de doenças inflamatórias.

As prostaglandinas produzidas a partir do EPA contribuem menos para o processo inflamatório do que aquelas derivadas do ácido araquidônico. O tipo de prostaglandina produzido é determinado pela composição dos lipídeos (gorduras) da membrana celular, que são influenciados pela natureza dos ácidos graxos dietéticos (gorduras que consumimos em nossa alimentação).

Dietas ricas em ácidos graxos ômega 3 promovem a incorporação de EPA nos membranas celulares, em substituição ao ácido araquidônico, diminuindo, portanto a disponibilidade de ácido araquidônico para a síntese de eicosanóides, agente inflamatórios.

Por outro lado, o EPA também é utilizado como substrato para a produção de eicosanóides, porém prostaglandinas e tromboxanos da série 3 e leucotrienos da série 5, que têm uma atividade inflamatória menos potente. Assim, devido a esses efeitos na alteração da produção das substâncias pró-inflamatórias, o ácido graxo ômega-3 é considerado uma substância realmente antiinflamatória.

Fontes alimentares: Óleo de linhaça, nozes, óleo de canola, óleo de soja, peixes de águas frias (salmão, arenque, cavala, atum e sardinha).

“Todos tempos um câncer dormindo dentro de nós. É nosso estilo de vida que vai ou não determinar seu desenvolvimento”. Psiquiatra Francês David Srvan-Schreiber, professor da Universidade de Pitsburgh, nos EUA.

Condimentos, temperos desintoxicantes por efeito antioxidante, antiinflamatório e de inibição ao câncer: curry, sálvia, coentro, alecrim, pimenta preta, chilli, gengibre, cominho, canela, páprica, mostarda e cúrcuma (curcumina ou açafrão da terra).

Mecanismos de ação dos GLICOSINOLATOS (Agrião, brócolis, couve-chinesa, couve de Bruxelas, couve-folha, couve-flor, mostarda, nabo, rabanete, repolho, rúcula): alteração do metabolismo do estrógeno, proteção contra as espécies reativas de oxigênio, redução do crescimento de tumores e inibidores do câncer. A cocção por 2 minutos influencia na perda de 56% de glicosinolatos, de 8 a 12 minutos perde mais de 70%.

Alimentação antiinflamatória
• Redução de gordura saturada e trans;
• Aumento do consumo de ômega-9 (oleaginosas, azeite de oliva extravirgem, óleo de macadâmia);
• Adequar a relação de ômega-6:ômega-3 (5:1) pelo maior consumo de peixes, de água fria linhaça ou suplementos alimentares de ômega-3;
• Maior ingestão de carboidratos integrais e fibras; • Maior ingestão de alimentos ricos em arginina (oleaginosas, peixes e soja); • Aumento do consumo de frutas e verduras (maior oferta de fitoquímicos que inibem o índice inflamatório NF-kappa beta; • Maior ingestão de antioxidantes.

Por que desintoxicar?
Consumo de metais tóxicos, stress, estilo e vida, resíduos, petroquímicos, pesticidas, fertilizantes, sobrecarga orgânica, disfunções hormonais, alergias, infecções e estresse. O efeito da genética sobre total de tecidos corresponde a aproximadamente 25% e os fatores ambientais e de estilo de vida a 75%.

Sintomas de sobrecarga hepática
Icterícia, falta de apetite ao acordar, gosto metálico na boca, insuficiência energética, dores de cabeça, tensão pré menstrual (TPM) intensa, estresse emocional, hipersensibilidade à substâncias químicas, queixas digestivas, baixa tolerância a alimentos gordurosos, sonolência após a alimentação, constipação, problemas cutâneos, problemas músculo-esqueléticos, ansiedade, problemas visuais, tontura, déficit de memória, tendências suicidas, problemas de equilíbrio, depressão, concentração ruim, limitação de movimentos, dificuldades na fala, alterações comportamentais, fadiga generalizada, problemas de aprendizado, ataques de pânico, enxaqueca.

Exotoxinas
Mais de 4 milhões de compostos químicos tóxicos: metais tóxicos, medicamentos (cimetidina, paracetamol, dogras restritas/ilegais (cocaína, anfetaminas, barbitúricos), aditivos alimentares, pesticidas, herbicidas, fungicidas, agrotóxicos, álcool (bebidas alcoólicas, solventes), poluentes do ar, migrantes de embalagens (plásticos, por exemplo), produtos químicos usados em casa, toxinas alimentares (açúcar, gorduras trans, glúten, alergenos alimentares), toxinas emocionais, mentais e espirituais.

Metais tóxicos (radicais livres): Arsênio, chumbo, mercúrio, alumínio, cádimio

• Substituem um mineral no seu sítio de ligação;
• Geração de RL’s (radicais livres)- oxidação lipídica e consumo de reservas nutricionais;
• Ligação do metal a uma molécula grande gerando reação de hipersensibilidade;
• Ligação ao grupamento sulfidrila da proteína (mudanças estruturais/funcionais nas células, podendo levar a mudanças genéticas ou a sua morte).

Mercúrio: é a 3ª substância mais deletéria à saúde. Fontes: tatuagens (vermelho), garimpos, vacinas (timerosal, amálgamas e outras). Sinais e efeitos da intoxicação:

• Neurotoxicidade: irritabilidade, hiperatividade, depressão, memória recente curta, dificuldade em se concentrar, insônia, vertigens, fadiga e tremor espontâneo;
• Nefrotoxicidade (lesão renal);
• Toxicidade gastrointestinal: gosto metálico na boca, gengivite, salivação, estomatite e ulcerações • Aumento da susceptibilidade a infecções;
• Dores articulares;
• Ainda é tóxico para: tireóide, próstata, pele, glândulas sudoríparas.

Riscos nos pacientes e profissionais em relação ao uso de mercúrio em odontologia. Amálgama, pó metálico composto por: por diversas substâncias e 53% de Mercúrio.

Brasil
• 16 toneladas de mercúrio são utilizados em serviços odontológicos/ano;
• 55% de amálgama perde-se durante a preparação em consultórios odontológicos;
• 8 toneladas de mercúrio são descartadas no meio ambiente, por ano.

Crédito imagem: Photl

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Mônica Stockler

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Mônica Stockler

Mestranda no Curso Internacional de Nutrição e Dietética com ênfase em Nutrigenômica e Antiaging, Universidad Europea Del Atlántico, Barcelona / Espanha.

Pós-graduada em Nutrição Clínica e Estética pelo IPGS em 2013.

Experiência em Atendimento Nutricional Clínico desde 2008, Graduada na Universidade Paulista- UNIP.

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